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quinta-feira, 4 de outubro de 2012

De quem é a culpa?



E os seus discípulos lhe perguntaram, dizendo: Rabi, quem pecou, este ou seus pais, para que nascesse cego?
Jesus respondeu: Nem ele pecou nem seus pais; mas foi assim para que se manifestem nele as obras de Deus.
Convém que eu faça as obras daquele que me enviou, enquanto é dia; a noite vem, quando ninguém pode trabalhar. 
João 9:2-4

Ontem aconteceu algo que me deixou muito triste. Fiquei tão triste que chorei a manhã toda, praticamente. Me senti como a pior das mães. Me senti como se tudo que está acontecendo fosse culpa minha. Ontem foi dia de atendimento pedagógico especializado do meu filho. Gosto demais da professora dele. Nosso Garotão (3anos e 4 meses) tem aprendido muito e tem progredido bastante também. E, ontem, tinha uma funcionária da secretaria municipal de educação que veio conversar com a gente. Achei que fosse dar alguma informação importante, mas a conversa girou em torno da validade ou não do diagnóstico do meu filho.

Foi uma conversa muito estranha. O tempo todo  a funcionária da secretaria reforçando os pontos positivos do meu filho (beijos, abraços, respostas) não como vitórias, mas como indicativos de que o meu filho jamais poderia estar no espectro autista. Então, eu reforcei que o nosso objetivo é que ele realmente não seja mais classificado como autista, que ele alcance um desenvolvimento tal que suas características autísticas sejam apenas traços, e não características que venham a atrapalhar o seu futuro.

E, para complementar ela disse algumas coisas que me magoaram profundamente:
- Que uma criança autista nunca deixa de sê-lo (se isso é verdade, porque então estamos lutando pelo diagnóstico precoce e tratamento intensivo?). Eu repliquei: para alguns autores, não.
- Que a neuro deu o laudo por causa da nossa ansiedade. Quando chegamos com os dados ela deu o laudo baseada na nossa ansiedade e naquilo que apresentamos. (me senti completamente culpada nessa hora).

Realmente, o autismo é caracterizado como algo incurável. Mas, vamos ficar esperando sentados? Será que, diante das dificuldades e das diferenças que nossos filhos apresentam, devemos ficar esperando para ver no que dá?

Fiquei pensando muito... a impressão que eu tive depois da conversa com essa funcionária era que eu deveria ter ficado sentada, esperando até uns seis anos, quando as manifestações, a interação social e a fala permanecessem no mesmo estado que estavam a um ano atrás, para só então fazer intervenção, né? Quando talvez fosse tarde demais.

Fico triste em ver profissionais que deveriam ler, se atualizar, verificar a diferença que se faz quando se tem uma intervenção imediata, incisiva e com metodologias diferenciadas.

E, o mais importante: gostaria que ela percebesse que há um Deus que é maior que tudo, que pode curar. Um Deus que abre portas. Um Deus que muda tudo!

As pessoas que nos conhecem , que acompanham a nossa vida tem visto o que Deus tem feito. Viram como o nosso Garotão era. E, agora veem a diferença que tem feito.
Enquanto os profissionais continuarem achando que não há futuro, não haverá investimento em solução.

Eu vou continuar trabalhando. Para o meu filho, ainda é dia. Papai do Céu tem muito, muito, muito o que fazer em nossas vidas e eu estou disposta a aprender muito com Ele.

8 comentários:

  1. ô flor... deixa uma maçã podre estragar seu pomar!! sua colheita ta linda, fresca, madura...
    era este o intuito do inimigo, te atingir... mas seja forte, lute!!! guerreiro não desiste, nem mitiga, nunca!!!
    tamos aki, p te ajudar a fortalecer, e qdo pensar em tristeza, olha nos olhos do seu guerreirozinho, e lembre de tudo que ele já calcou, e ainda tem pela frente...
    força, fé... e olho na vitória!!! bjs na barriga, no coração e mta fé.

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    1. Obrigada, neneflufy.
      Quando a mim e ao meu filho, estou fortalecida. Mas, infelizmente, enquanto tivermos profissionais assim, outras mamães estarão correndo risco de ficar esperando, esperando, esperando...
      Um beijo!!!

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  2. Oi venho sempre aqui acompanhar seus posts e me emociono com as histórias, com sua dedicação e também com os versículos que vc sempre coloca no começo do texto, dia desses um deles me tocou profundamente!
    Continue na luta pelo bem estar e desenvolvimento do seu garotão, se preciso for continue procurando outros profissionais que possam te dar um ponto de vista diferente, não só de diagnóstico, mas de tratamento também. Ele ja esta sendo assistido, procurar outras opiniões não vai atrapalhar eu acredito.

    Desejo tudo de melhor pra sua família e que Deus abençoe vcs 4 mais e mais a cada dia! bjs

    Adelle Talita

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    1. Oi, Adelle!!!
      Obrigada pelo carinho e por contar o que vc sente quando lê o blog...
      Graças a Deus, confio muito na equipe que vem cuidando do Garotão. Vejo nessas pessoas providência Divina. Infelizmente, algumas aparecem para nos desanimar, né? Mas Deus é mais, Deus nos fortalece e usa essas barreiras para nos tornar mais fortes, capazes de enfrentar ainda mais desafios.
      Tenho certeza, hoje me sinto muito mais forte que quarta!
      Obrigada!!

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  3. Bom dia linda!

    Deus pode fazer infinitamente mais do que pedimos ou pensamos. Não se deixe abater com o que ouviu não! Continue lutando, Deus tem de dado forças pra isso não é mesmo?

    Pode contar comigo pro que precisar tá?

    Beijo!

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    1. Oi, Andreia!!!
      Obrigada pelo carinho!!! Ainda bem que o Senhor usa esses momentos para nos fortalecer, e não para nos abater.
      Tomara que essas pessoas que não desanimem outras, e que possam tentar se atualizar, e não restringir ainda mais uma visão que buscamos acabar, né?
      Ah, e uma resposta assinada pelo nosso garotão!!!
      ccccccccccccccccccccccccccccccccccccccccccccccccccccccccccccccccaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaarrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooossssssssssssssssssssssssssssss eeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeedddddddddddddddddddddddddddddddddddddddduaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaasrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrdddddddddddddddddddddddddddddddddddddddddddddddddddddddddddddddddddddddddddddo

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  4. Ju (olha a intimidade)
    Bem, sobre a questão de ser ou não ser.... eu sempre tenho a resposta: "o espectro não não é uma "doença" ou uma síndrome como o autismo.
    Existem diversas síndromes que tem como sintomas o espectro autista."
    E isso quem me disse foram os Geneticistas da UNIFESP onde meu filho está se tratando.
    O autismo não faz projeções.
    Não podemos avaliar o quanto uma criança vá evoluir, SE vai evoluir, ma NUNCA devemos deixar de estimulá-la.
    Quando dizem que meu filho não ´"parece" autista eu simplesmente digo que ele é ele, o Artur e não tem que "parecer-se" com nada.
    Quando eu esbarro com profissionais desestimulados, eu mostro o meu otimismo e a primeira coisa que digo é que tenho os pés nos chão. Não tenho grandes expectativas, mas sei que tenho que dar o meu melhor como mãe, assim como a pessoa tem q dar o seu melor como profissional.
    Já lidei com a possibilidade de meu filho não andar, não falar, não ouvir, sequer entender o que eu digo e........ para a minha surpresa e de tantos, ele faz tudo isso.
    Sendo assim: TEMOS QUE ESTIMULAR NOSSOS FILHOS.
    Tendo alguma dificuldade ou não.
    Pouco importa o nome que ela tenha.

    Beijos

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    1. Ei, Roberta...
      Infelizmente temos que lidar com esse tipo de profissional, né? que acabam querendo jogar a gente pra baixo...
      Seu comentário aqui foi incrível, muito esclarecedor. Muito obrigada por suas palavras e informações. Creio que também de uma resposta firme, principalmente para aqueles que acham que sabem, mas que estão precisando de conhecer ainda mais.
      Um grande, grande, grande beijo!!!!

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Obrigada pela visita!
Estarei respondendo aqui mesmo pelo blog, ok?
Que Papai do Céu te abençoe!!!